sábado, 29 de novembro de 2014

Foi sem querer, querendo...

Pelo segundo ano consecutivo, realizamos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) o Sarau, um evento dividido em dois dias da semana no qual os universitários que são nossos alunos no Projeto Casas de Cultura no Campus fazem encenações, exposições e trabalhos lúdicos em geral como forma de promover a língua espanhola.

É, também, uma estratégia usada por nós, instrutores, para estimular o contato com o idioma e com a cultura dos países de língua espanhola na América Latina. Este ano, o homenageado foi o escritor colombiano Gabriel García Marquez.

No entanto, no dia das apresentações de meus alunos, 27 de novembro, usamos como temática “El Chavo Del Ocho”, ou simplesmente Chaves, como ele é conhecido no Brasil. Além de um painel, tivemos figuras impressas dos personagens em desenhos, balões com as frases que ficaram célebres entre os personagens da famosa Vila do Chaves e, claro, fantasias.

Foi uma tarde divertida, na qual pudemos relembrar alguns episódios do famoso seriado criado pelo comediante e ator mexicano Roberto Gómez Bolaños e, também, praticar o espanhol. Sem dúvida, fizemos uma homenagem ao artista mexicano, mesmo sem imaginar que, menos de 24 horas depois, no dia 28, ele iria deixar este mundo para o descanso eterno.

Apesar de todos terem conhecimento de sua saúde já debilitada, a notícia da perda sempre é inesperada e choca os fãs e familiares. Talvez, com o jeito inocente e criativo do Chaves, Bolaños nos diria sobre sua partida: “Foi sem querer, querendo”.

Mas nós entendemos, Bolaños. Vá em paz!






Roberto Gómez Bolaños e seu principal personagem, Chaves.

sábado, 23 de agosto de 2014

A internet, o espanhol e o professor

Entende-se que a internet exerce uma influência fundamental sobre a nossa visão de mundo e sobre nossas formações discursivas e ideológicas. A presença da internet mostra, de maneira geral, a tendência mundial da inserção dos indivíduos sociais à rede (web) e a utilização desta como uma ferramenta de relacionamento social, busca de informações e participação ativa na sociedade.
Desta forma, sendo a internet um meio atrativo extraordinário, deve ser explorada pelos professores como forma de dinamização e motivação para a busca não apenas de informações, mas também para construção efetiva do conhecimento.
No ensino de língua estrangeira não será diferente, pois o acesso constante dos alunos a redes sociais como facebook, whatsapp, etc., pode ser utilizado como ferramenta de ensino. Criar grupos de conversação, compartilhar informações e interagir com outros estudantes de língua estrangeira ou até mesmo o contato virtual com um nativo são meios de aprendizagem. Neste sentido, além de possibilitar a formação crítica do aluno, o contato virtual amplia o conhecimento de mundo e, principalmente, o contato com o idioma.
Vale destacar, ainda, a importância do papel do professor em estimular o uso destas ferramentas como meio de aprendizagem. Essa é uma maneira de sair do ensino frasal, descontextualizando a ideia de que o aluno somente aprende quando está na sala de aula.
Imagem: Google.com

sábado, 16 de agosto de 2014

Os melhores professores foram os chatos

Quando estudante, tive ótimos professores: uns mais alegres, outros mais fechados, uns simpáticos, uns mais vaidosos, uns mais modestos, uns mais pacientes, outros menos, uns de pouco contato e, por fim, aqueles professores inesquecíveis que você deve lembrar até hoje, pois é, os professores chatos.
 Estes exigiam o melhor de você, cobravam os trabalhos no tempo certo, não aceitavam desculpas e não admitiam conversas paralelas em suas aulas. Não gostávamos deles, é verdade, e desejávamos que eles sempre faltassem ou ficassem doentes. Quando isso acontecia era uma festa, pois tínhamos uma ou duas aulas livres.
Nunca pensei que seria professora. Tentei fazer outras coisas, mas ao final sempre acabava ensinando algo para alguém e vejo que hoje, ocupando essa função, entendo que aquele professor chato queria o melhor, queria formar pessoas e profissionais brilhantes para a vida e para o mundo. Meus melhores professores foram os chatos e reconheço isso, pois seus esforços eram em querer o melhor, e para isso cobravam resultados, disciplina, responsabilidade, e esse é o papel do professor chato.

Imagem: Google.com.br

domingo, 3 de agosto de 2014

“Para que estudar espanhol se não vou à Espanha?”

Bem, acho que estamos diante de uma situação comum para muitos professores de língua estrangeira. “Para que estudar espanhol se não vou à Espanha”, lamentável pensamento de alunos do ensino médio. Quando estudante, não tive a oportunidade de conhecer outro idioma, seja inglês ou mesmo espanhol. Esta oportunidade me surgiu após haver terminado meu período escolar. Hoje, como professora de língua espanhola, lamento que este dizer se torne tão comum para estudantes que estão em fase final do período escolar e prestes a ingressar no ensino superior. Não precisamos estudar um idioma apenas porque vamos à Espanha ou estudar inglês porque vamos à Inglaterra. Estudar uma língua estrangeira é mais que falar o idioma, pois nos é apresentada outra cultura, outro modo de viver, uma história, um povo, outro mundo. Muito do que ouvimos, vemos e falamos não sabemos a origem. Somos condicionados a aceitar sem questionar e usar sem saber seu significado. No nosso dia a dia vamos ao SHOPPING, comemos SANDUICHE, atualizamos o FACEBOOK, conversamos no WHATSAPP, damos PLAY, bebemos TEQUILA, dançamos um TANGO e ouvimos SHAKIRA. Se usamos sem saber, muito pouco saberemos sobre o mundo.



terça-feira, 6 de maio de 2014

Quando tudo vale a pena

Ao escolher a carreira docente, sabia que não seria fácil. Já ouvi e vi de tudo um pouco. Já ouvi que esta é uma profissão injusta, que não recebe bem, que não somos valorizados, que os alunos não querem aprender, etc. Entendo e sei de tudo isso, porém, antes de mais nada, devemos gostar do que fazemos e valorizar nossa profissão.
Somos professores porque escolhemos ser, porque gostamos do que fazemos e não apenas pelo salário. Não sou contra a melhoria e valorização da categoria, porém, como formadores de opinião, não devemos demonstrar nossa frustração e insatisfação pessoal em uma sala de aula.
Tudo que fazemos é resultado de nossas escolhas, por isso devemos escolher com sabedoria e cientes de que tudo não é perfeito e que podemos melhorar. Escolhi ser professora de espanhol porque gosto do que faço, pois faço com carinho e dedicação. Não entro em uma sala de aula apenas para dizer que estive ali. Quero e dedico meu tempo a elaborar aulas em que meus alunos dêem suas opiniões, sugestões e aprendam, e não apenas copiem.
Quando fazemos o que gostamos, recebemos muito mais em troca. Recebemos reconhecimento, atenção e principalmente carinho de nossos alunos. Não existe alegria maior do que pequenos gestos que modificam seu dia e renovam suas energias para seguir nesta profissão. Sempre haverá motivos e exemplos que nos colocarão em dúvidas quanto a nossas escolhas, por isso devemos reafirmar todos os dias que, ao escolher a docência como carreira profissional, iremos aprender muito, mas não apenas para nós, aprenderemos para eles, e no final entenderemos que tudo vale a pena. 
Cartinha de uma aluna...
Turma 2014. 1 - Nível: Intermediário I (No cartaz está escrito "#Te echamos de menos")

quarta-feira, 19 de março de 2014

Velhos métodos que funcionam


Quando eu era aluna do ensino fundamental, tinha uma professora de Geografia que fazia maravilhas em sala de aula. Eram aulas divertidas, enriquecedoras e principalmente diferentes. Ela não era uma professora igual às demais, ela sabia exatamente o que nos chamava a atenção, ela gostava do que fazia. Suas aulas não eram ministradas com o auxilio das tecnologias, ela utilizava apenas o quadro negro, giz de cores diferentes, muitos desenhos e também muito diálogo. Era uma aula de Geografia, mas não parecia, não era uma aula chata, sem graça e sem interesse.
Estas aulas nos interessavam muito, tanto para mim como para meus colegas de sala. Esta lembrança me faz pensar que não importa a disciplina que exercemos, pois o que a torna diferente, interessante, maravilhosa, é o modo como planejamos nossas aulas, o modo como encaramos esta disciplina. Tornar uma aula de espanhol interessante pode ser um grande desafio, mas não é impossível. Podemos mudar a maneira como ministramos os assuntos aparentemente chatos. Como fazer, então?
Estudar os “falsos-amigos” em outro idioma, por exemplo, provoca em nossos alunos uma confusão enorme. Sabemos que, em português, significa uma coisa, porém em espanhol significa outra completamente diferente, apesar da escrita ser parecida ou até igual. Preencher o quadro com infinidades de palavras não é algo novo e tampouco interessante. Em algum momento já fizemos isso: escrevemos, escrevemos e pedimos para que nossos alunos copiem. Pronto, a aula foi dada.
Transformar esta aula de copiar em outra pode ser algo muito divertido, vamos recordar que já fomos estudantes e não gostávamos tanto desse método. Saíamos com as mãos doloridas e cansadas. Aprendemos? Talvez. Quando crianças, gostamos muito de colorir, desenhar, formar quebra cabeça, jogos da memória, etc. São atividades lúdicas que podem ser utilizadas como método de ensino e esta envolverá trabalho em equipe, troca de ideias e diversão. Aprendemos e nos divertimos também.
Como professores, podemos promover meios que estimule nossos alunos a se expressarem, ou seja, darem sua opinião sobre vários temas como: amizade, família, filmes, sonhos, violência, saúde etc. Podemos também estudar as horas, corpo humano, profissões, etc., em um labirinto. Falsos-amigos podem ser trabalhados no jogo da memória. São muitas as possibilidades, saber usá-las é o diferencial. Se sua disciplina é matemática, história, português busque um meio de interagir os conteúdos com seus alunos de uma forma diferente. No final perceberá que todos nós ainda gostamos dos velhos métodos de ensino.

Proposta: promover diálogos através de temas diversos
                                                       Proposta:estudar as horas, corpo humano e profissões.                                                          (Atividade elaborada com auxílio da professora Rozany Adriany)
Proposta: promover diálogos através das imagens
Proposta: estudar os falsos-amigos


quarta-feira, 5 de março de 2014

Parcerias que dão certo

Descobrimos que transmitir conhecimento nos torna pessoas melhores, isso mesmo, melhores. Quando temos um dom e não o transmitimos, ele deixa de ser algo especial. Assim ocorre com o conhecimento: não adianta possuir se você não consegue compartilhar. Para executá-lo, as parcerias com pessoas que buscam os mesmos objetivos são essenciais. Quando isso ocorre, não aprendemos apenas para nós, mas sim para transmitir aos demais, neste caso, nossos alunos.
Através do Projeto Casas de Cultura no Campus (PCCC), tive a oportunidade de realizar juntamente com outros colegas um sonho. Era a realização de algo que pudesse ser compartilhado com nossos alunos. Em uma conversa, surge o “ I Sarao”, um evento que tinha entre outros objetivos transmitir o conhecimento dos estudantes e que pudesse acolher toda a comunidade acadêmica em um lugar único, ou seja, o “mundo” dos falantes de espanhol.
Foram dois dias de muita interação, pois descobrimos “poetas”, “bailarinos”, “atores”, “cantores”, etc. Foi um momento em que todos se divertiram – não apenas os professores, mas principalmente nossos alunos. Neste evento, conhecemos personagens, países, culturas de vários lugares e principalmente os talentos ocultos em cada estudante.
Vimos que a caracterização de “Chaves”, “Chiquinha”, ”Chapolin Colorado”, “Zorro”, “Dançarina de tango e flamenco” eram apenas umas de tantas outras caracterizações que surgiram nesse momento cultural.
No fim, descobrimos que a parceria, quando é realizada com um objetivo comum, dá certo.

Alunos que participaram de atividades práticas sobre cultura espanhola

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Experiência intitulada “PAESPE”

Diz um ditado popular que “as mesmas oportunidades não surgem duas vezes”. Bem, acho que uma delas surgiu para mim, pois tive a oportunidade de conhecer um projeto intitulado Programa de Apoio às Escolas Públicas do Estado de Alagoas (PAESPE). Este projeto é destinado a alunos do 3º ano do ensino médio e tem como finalidade preparar o estudante da escola pública para ingresso em curso superior. O PAESPE é realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e as aulas são ministradas por universitários de diversas áreas, no próprio campus, em Maceió.
Meu primeiro contato ocorreu no ano de 2012. Ao chegar à sala de aula me deparei com uma turma de mais de 50 alunos. Não imaginava que estaria diante de um grupo com tanta “sede” de aprender espanhol e também de passar na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Durante todo meu período escolar, fui aluna da rede pública e sei o quanto é difícil concluir esta fase com sucesso, mas também sei o quanto somos capazes de vencer as limitações que nos são postas. O PAESPE ajuda os alunos a superar algumas dessas limitações. Estar ali naquela sala de aula e passar um pouco de minhas experiências e do meu aprendizado foi sem dúvida um momento enriquecedor.
Conheci estudantes maravilhosos e pude compartilhar com eles diversas alegrias, tristezas, angústias e sonhos. Sonhos que nos conduzem a fazer coisas extraordinárias e superar os desafios do dia a dia. No ano seguinte (2013), estava eu outra vez naquela sala, mas não apenas isso. Estava diante de mais uma oportunidade. Eram alunos ainda mais dedicados e corajosos.
Foram dois anos de muito aprendizado, penso que não apenas para mim, pois como professora de espanhol tento passar o que aprendi para outras pessoas e acredito que o conhecimento transforma e deve ser repassado. Quem sabe, no futuro, eles irão passar seus conhecimentos para mim? Sei que conheci futuros advogados, médicos, dentistas, psicólogos, químicos, físicos, matemáticos, engenheiros, arquitetos, administradores, assistentes sociais, enfermeiros, pedagogos, e por que não professores de espanhol.


Encerramento da turma do PAESPE, em 2012

Encerramento da turma do PAESPE, em 2013

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Além da sala de aula

Quando iniciamos uma nova turma, criamos várias expectativas em relação a nossos alunos e eles em relação a nós. Bem, acho que ambos os lados são surpreendidos, pois conclusões primárias são desfeitas e, com o passar dos dias, vamos descobrindo que nem tudo é o que parece.
Cada turma tem um aspecto próprio, um jeito particular que é definido pelos estudantes que lá estão. Não devemos generalizar, ou seja, não devemos pensar que o plano de aula preparado para uma turma específica irá funcionar com as demais. Talvez algo seja reaproveitado, mas nunca igual a antes.
Conhecer a turma é uma proposta interessante, pois deste modo, não só encontraremos dúvidas generalizadas, mas também encontraremos dificuldades particulares. Cada aluno tem suas limitações e cada um se expressa de uma maneira diferente. É por meio dessas diferentes expressões que vamos reconhecendo qualidades maravilhosas que até aquele momento estavam ocultas em um lugar próprio, no interior de cada pessoa. Isso significa que, a depender do desenvolvimento das aulas, as habilidades dos alunos vão se revelando, juntamente com suas dúvidas.
São habilidades fantásticas que nos levam a descobrir “escritores”, “poetas”, histórias, talentos, vencedores, amigos e principalmente união. Isso mesmo, união.
Quando amamos o que fazemos e quando fazemos de coração, esse sentimento ultrapassa os limites de uma sala de aula. Descobriremos que ensinar e aprender são termos que caminham juntos. A partir daí, a turma que antes era de um jeito próprio, passa a ser uma única turma com o mesmo objetivo, isto é, aprender a língua espanhola.


Alunos que participaram de atividades práticas sobre cultura espanhola

Encerramento da turma básico 3, em 2013.2

O ambiente a seu favor

Como aluna do curso de letras, tive e tenho a oportunidade de estudar com excelentes professores de espanhol. Em muitas aulas, minhas dúvidas foram respondidas através de uma conversa ou através de uma leitura. Nestas leituras, teve um livro que me chamou muita atenção. Este livro intitulado de “¿Cómo ser profesor/a y querer seguir siéndolo?” da escritora Encina Alonso, me fez refletir sobre o meu papel em sala de aula.
Até então não havia parado para pensar sobre esta questão. Chegar a uma sala de aula e passar o conteúdo programado era o principal objetivo, mas algo estava faltando e não sabia o quanto essa falta estava se tornando uma inquietação. Uma inquietação freqüente, pois precisava mudar algo, mudar aquela situação.
Após a leitura, pensei, pensei e cheguei a uma das conclusões mais satisfatórias da minha vida: a rotina nos acomoda e se não soubermos como lidar com ela, seremos professores desanimados e sem vontade de fazer algo novo. O novo sempre nos assusta, é verdade, por isso devemos fazer uma coisa por vez.
Comecei mudando meu modo de ensinar. Passei a usar a tecnologia a meu favor e sempre que possível surpreendi meus alunos com uma aula diferente. Isso não significa que deixei de passar o conteúdo, mas o realizo de uma maneira mais interativa. Conhecer a língua espanhola e sua cultura pode ser algo muito divertido e agradável. Vamos tirar o conteúdo dos livros e expor na sala de aula. As paredes e o quadro negro podem ser ótimos aliados.
Pense por um instante que tudo que fazemos, se o fizermos com amor, será muito bem aproveitado. Um proveito que não é só seu e sim de todos. No final teremos, além do conhecimento, excelentes alunos.

Encerramento da turma básico 2, em 2013
Curiosidades expostas na parede.


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Troca de conhecimento

Como professores, sabemos que não é fácil preparar um plano de aula. Levamos horas planejando, pesquisando e pensando como tudo deve fluir. Sabemos que nem sempre tudo funciona como queremos. Quando chegamos à sala de aula, quase sempre somos surpreendidos com alguma pergunta: “professora, o que significa isso ou aquilo?” Somos vistos nestas situações como um “dicionário” que deve ser consultado sempre que houver uma dúvida, e esta deve ser respondida de prontidão.
Quando não soubermos responder, que sejamos sinceros em assumir nosso ponto de vista e, em outro momento, trazer a dúvida respondida. Como professores, vamos descobrindo e lidando com essas situações. Não aprendemos isso sozinhos e nem de um dia para outro.
Não sei de tudo e não quero saber, pois desta forma tomo consciência de que sou capaz de aprender coisas novas e que o novo será transmitido aos meus alunos. A troca de conhecimento é uma via de mão dupla. Sei que esta troca estará sempre funcionando, por isso nunca saberei de tudo.
Planejar uma aula é muito importante, mas acima de tudo temos que observar se o ambiente de sala condiz com o seu planejamento. Observe, ouça e aprenda, não fazemos tudo sozinhos, somos conduzidos por muitas dúvidas e principalmente pela troca de conhecimento.

Encerramento da turma básico 1, em 2012

Primeiro contato

Diz um ditado popular que “a primeira impressão é a que fica”. Bem, acho que ficou mesmo.
O meu primeiro dia em sala de aula, em 2012, foi um grande desafio, pois naquele momento deixaria de ser reconhecida apenas como aluna do curso de letras e passaria a ser chamada de “maestra”, através do Projeto Casas de Cultura no Campus (PCCC) realizado na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Pude pôr em prática todo o conhecimento teórico que já havia obtido. Acreditava que sabia o suficiente para estar em uma sala de aula. Mas ao longo dos dias fui percebendo que as dúvidas dos meus alunos também eram minhas dúvidas. Cada pergunta que eles me faziam me conduzia a realizar uma pesquisa demorada e cuidadosa. Precisava trazer a resposta, mas não apenas isso, precisava encontrar uma forma de responder de maneira clara e objetiva.
Foram quatros meses incríveis – a primeira turma. Sabia que, assim como eles haviam adquirido novos conhecimentos sobre a língua espanhola, eu também havia aprendido com eles.
O primeiro contato é difícil, mas se soubermos buscar a simplicidade de assumir um erro, saberemos corrigi-lo; se soubermos escutar, também seremos ouvidos; se soubermos falar, seremos contestados e, se soubermos ser aluno, saberemos entender o que angustia nossos alunos.
Estudar uma língua estrangeira (o espanhol) também não é fácil, pois apesar de existir tanta familiaridade com o português, somos surpreendidos com novas descobertas. Estando junto com nossos alunos em busca do novo faremos de cada aula um momento único, cheio de alegrias e de curiosidades.
Encerramento da turma Básico 1, em 2012

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O que é ser professor de espanhol?

Por muitas vezes já me fiz esta pergunta. Quando comecei minha graduação no curso de Letras/Espanhol, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) tinha uma suave noção de como ser professor. Uma noção primária de quem conhece tão pouco o ensino.
Ao longo desses três anos de curso, buscando minhas respostas, posso dizer com firmeza que ser professor é um aprendizado infinito e proveitoso, e ser professor de espanhol é ainda mais proveitoso, pois aprendemos em dobro.
Aprendemos a cada dia, com cada dúvida de nossos alunos e com nossas próprias dúvidas. Ser professor é um grande desafio. Um desafio que superamos cada vez que entramos em sala de aula. Superamos quando vemos nossos alunos alcançarem novos horizontes e quando são capazes de compartilhar aquilo que aprenderam.
Quando comecei o curso de Letras, tinha certeza de uma coisa: amo a língua espanhola. A partir daí, seria associar este idioma ao ensino. E observo ao longo de todo esse processo de aulas, atividades, provas e diálogos que o ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla, ou seja, juntos não só ensinamos, e sim aprendemos.
Por tantas dúvidas e por tantas curiosidades em estar em sala de aula, tomei a iniciativa de criar esse blog e compartilhar minha experiência como professora de língua estrangeira. Ao mesmo tempo, pretendo mostrar que quando gostamos do que fazemos, somos capazes de mudar conceitos e ainda de transformar uma sala de aula em uma “viagem cultural com destino a países de língua espanhola”.